A Sra. Sónia veio para Portugal em 2003 com o objectivo de dar uma melhor educação às filhas. Os seus irmãos já se encontravam em Portugal e isso deu-lhe coragem para atravessar o oceano e tentar uma novavida.Inicialmente,veio somente com a filha mais nova. Mais tarde trouxe o esposo e as outras filhas.

Costureira de profissão, pensou em seguir a sua actividade em Portugal. No entanto, foi como doméstica que arranjou trabalho. O marido, trabalhador da construção civil, perdeu o emprego após a crise financeira e não conseguiu mais trabalho. Com apenas o seu ordenado de empregada doméstica e três filhas a cargo, a situação financeira tornou-se insustentável para a Sra. Sónia e família e, após 11 anos em Portugal, decidiu regressar para o seu país.

Soube do Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração da OIM Lisboa através de um irmão que havia beneficiado do Programa. Sem condições financeiras para pagar as viagens de regresso resolveu pedir ajuda à OIM. Minhas filhas nem iam mais para a escola porque eu não tinha mais condições de mantê-las por lá”, diz Sónia.
“Melhor voltar para o meu país onde tenho família e casa própria. Pelo menos, aqui não preciso pagar renda de casa e minha família pode ajudar-me no que for preciso. Em Portugal éramos só nós cinco, não contávamos com mais ninguém e a situação estava a ficar insustentável”.

Com o sonho de retomar a sua profissão, a Sra. Sónia pediu o apoio da OIM para comprar máquinas de costura e ter “algo que me possa ajudar a recomeçar minha vida”, explica. Agora, há cinco meses no Brasil, na cidade de Florianópolis, já comprou as tão desejadas máquinas e iniciou o seu pequeno negócio.

“Ainda estou a começar, mas já tenho alguns clientes e consigo ganhar algum dinheiro com as minhas costuras”, conta ela com algum orgulho. “Estou feliz por estar de volta, mas não me arrependo de ter ido a Portugal.Aprendi muito,sobretudo a valorizar as pessoas,pois quando estamos longe e sentimos a falta da família é que damos valor aos que estão do nosso lado e aprendemos a amá-los como se fossem da nossa família”. A Sra.
Sónia explica também que valeu a pena ter emigrado, pois as suas filhas puderam ter a educação que ela almejava para elas. Mais: “conheci um novo país, uma nova cultura e um novo povo. Passei a gostar dos portugueses como se fossem meu próprio povo”.

Todavia, ela reafirma a necessidade de regressar se a situação já não for sustentável. “Quero dizer que, se alguém precisar, peça ajuda e volte para o seu país. Uma vez de volta, sentimo-nos bem no nosso país, na nossa casa e podemos contar com o apoio dos nossos familiares”. .
 


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